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30 de janeiro de 2022

Por que eu estou sentindo que alguma coisa está faltando? por OSHO


"Você me pergunta:
Por que eu estou sentindo que alguma coisa está faltando?

Porque sempre lhe foi dito que você tem que encontrar alguma coisa.
E você não está encontrando. Por isto surge a sensação de que algo está faltando. Eu estou lhe dizendo que antes de tudo você nada perdeu. Por favor, pare de tentar encontrar, pare de buscar e procurar. Você já tem! Tudo o que é preciso você já tem.

Simplesmente olhe para dentro e você encontrará tesouros infinitos e inesgotáveis de alegria, amor e êxtase.
Nada estará faltando se você olhar para dentro, mas se você continuar procurando do lado de fora, você se sentirá mais e mais frustrada.

E na medida em que você ficar mais velha, naturalmente, irá sentir que sua vida está escorregando de suas mãos e que você ainda não encontrou. E toda a ironia é que, antes de tudo, você nada perdeu! Aquilo sempre esteve dentro de você, neste momento está dentro de você.

Mas não acredite em mim.
Eu não estou aqui para criar crentes. Eu estou aqui para ajudá-la a experenciar. No momento em que a verdade se torna sua experiência, ela liberta.
A verdade liberta, diz Jesus – não a crença, mas a verdade.
Mas a minha verdade não pode ser a sua verdade.
A minha verdade será a sua crença. Somente a sua verdade pode ser verdadeira para você.
A verdade certamente liberta, mas eu acrescento que a verdade tem que ser a sua verdade. A verdade de nenhuma outra pessoa pode libertar você.
A verdade de outra pessoa se tornará apenas um aprisionamento.

Dhyana Yogi, nada está lhe faltando.
Nada está faltando a ninguém. Pela própria natureza das coisas, nada pode estar nos faltando.
Nós somos parte de Deus e ele é parte de nós.
Não tem jeito, não há possibilidade de estar faltando algo.
Como você pode escapar de si mesma? Para onde for, você permanecerá você mesma.
Mesmo no inferno, você continuará sendo você, porque não é possível escapar de si mesma, não é possível escapar de Deus.
Ele está ali esperando pacientemente que você olhe para dentro."

OSHO
Fonte: http://www.oshobrasil.com.br/principal.htm

20 de novembro de 2014

Compreendendo a dor por Jeff Foster

"Sua dor, sua doença, seu desconforto presente, não é nada para se envergonhar. Não é um sinal de seu fracasso, nem um castigo, nem uma prova, nem mesmo 'má sorte'. Não é nem o sentido nem o significado de sua vida. Mas contém uma grande inteligência e poder de cura. Se você sabe onde, e como procurar.Vamos começar pelo começo.

Você está experimentando a dor em seu corpo. É intenso e desconfortável. Você tem ido a muitos médicos, curandeiros,terapeutas, especialistas em auto-ajuda. Você já tentou a medicina ocidental, as terapias alternativas, a energia de cura, meditação, cânticos, mudar sua dieta, drogas, experiências espirituais alucinantes, transmissões de gurus, orações, retiros, hipnose. Você já tentou o pensamento positivo, entorpecendo a sua dor, ignorando sua dor, dizer "não" a ela; você já tentou ser "consciência pura" ou uma "testemunha independente '... Mas a dor ainda está aqui, e parece que ninguém pode ajudá-lo agora. O que você pode fazer?

Você vai continuar procurando uma solução, uma terapia que funciona? Coloca suas esperanças em um futuro que pode ou não vir? Ou você vai desistir agora e simplesmente aceitar que não há nada que você pode fazer?

A resposta pode estar bem no meio, como a maioria das respostas reais estão.

Veja, talvez a sua dor tenha algo para lhe mostrar, coisa que o prazer, ou a ausência de dor ou mesmo "conseguir o que queria", nunca poderiam fazer. Talvez por isso a dor esteja aqui, para revelar o seu verdadeiro caminho. Não para destruí-lo, mas para "focar" você. Para revelar uma coragem, compaixão e equanimidade em si mesmo que você nunca imaginou ser possível. Para te tornar mais humilde, para trazê-lo para um lugar de gratidão, e de calma.

Então reformulemos a questão inicial: "Como posso ser livre de dor agora?", por: "Existe alguma inteligência nesta dor? Existe um convite mais profundo aqui? Há uma lição presente nessa minha dor? Existe algo que desejo que se cumprida? Algo até então escondido, algo que agora quer se fazer conhecido? "

Me diga o que é pior? Você ou a sua demanda para estar livre da dor agora?
O que é pior? O momento-a-momento, sensações físicas no corpo, ou a sua guerra contra eles?
O que é pior? A dor ou a sua frustração e desespero de que a dor "ainda está aqui" e "não desapareceu ainda"?
O que é pior? A dor ou a sensação de que você está preso dentro de seu corpo, que você se decepcionou com o organismo?
O que é pior? O seu próprio corpo, ou suas esperanças e sonhos despedaçados pela dor?

Você pode querer explorar o que realmente está causando a maior parte do seu stress, depressão e medo. É o stress ou a sua atitude para com ele que causa a dor? Você pode achar que há um mundo de diferença entre a dor física, e seu sofrimento e tristeza em torno da dor. Você pode achar que você realmente sente muito pior quando você pensa sobre a sua dor, reflete sobre isso, cria e fica obcecada por ele. Quando você pensa sobre a dor de ontem ou ausência de dor, quando você imagina a dor futura, quando você fantasia sobre a dor que nunca vai embora, imaginando que ela acabará por matá-lo; quando você pensa em todas as coisas que você fez de errado - você está sofrendo, e esta é a parte desnecessária. Todos esses são pensamentos, imagens, idéias, sugestões, perspectivas, memórias, fantasias - e não a realidade viva do momento presente.

Quando você desconecta do momento presente, e mergulha em sua história SOBRE a sua dor, você pode achar que os sentimentos de frustração, medo, raiva e até mesmo transtorno começam a acumular-se. Você começa focando tantas coisas que você não tem controle direto agora. Você sonha com um passado quando estava livre da dor, e fica lembrando em como voltar para lá ( não é possível ). Tudo era tão bom... Você acha que a sua dor está impedindo você de fazer o que você quer fazer, faz você parar de viver a vida que você tinha planejado... Você imagina um futuro cheio de dor e desconexão...

E você começa a sentir-se impotente, e terrivelmente desapontada, e até mesmo cheia de raiva contra a vida, o universo e tudo mais. Esta não era a vida que você esperava ou imaginava; a vida que havia sido prometida a você. Você se concentra em todas as coisas que você não pode fazer mais, todas as coisas que não existem mais, todas as coisas que você perdeu, todas as coisas que nunca mais voltarão. Você culpa a sua dor por arruinar sua vida. Você se sente tão longe da cura, do amor, da sua verdadeira vida; tão desconectada do seu corpo, de modo isolado, solitário...

Você já tentou de tudo, tudo, menos o óbvio: aceitar a sua dor, estando presente com ela, hoje.

Agora, vamos ser claros sobre isso: a aceitação não significa desistir da possibilidade de que a dor diminuia ou mesmo desapareça amanhã, ou na próxima semana ou no próximo ano. Significa apenas que sua paz não é mais dependente ou não disso acontecer.

Você está recuperando a sua felicidade, hoje, não importa o que o futuro traz.

Aceitando a sua dor não significa renunciar a si mesma para o destino, sendo uma vítima da vida.
Muito pelo contrário!
Significa a saída de todos os seus pesadelos e histórias baseadas no medo do passado e do futuro, e se alinhando como e onde você está hoje. Significa ser uma aliada do hoje, e não a sua vítima. Significa dizer SIM para onde você está agora, mesmo que 'onde você está' não é onde você esperava que fosse. Significa estar em profundo contato com este momento, com este corpo e seu potencial de cura, com o chão em que você está, com todo um universo como ele dança. Isso significa admitir que você não está no controle desse cosmos, e que há uma inteligência mais profunda presente aqui, trabalhando, infinitamente mais sábia do que este pequeno ego humano.

Isso significa admitir que você não pode saber o que a próxima cena do filme de sua vida será. Significa a saída da história do tempo e do espaço. Isso significa confiança e começar a agir a pertir de um lugar de confiança. Isso significa apoiar-se na criatividade do momento; estar aberta à conexões inesperadas, soluções, respostas, e sim, alegrias.

Quando você luta contra a sua dor, quando você age a partir dela, você se torna uma vítima porque você está permitindo que ela tenha poder sobre você, permitindo que o seu contentamento seja diminuído por causa disso. Você está dando energia à dor, através de sua resistência a ela, através de seu foco na tentativa de se livrar dela, tentando escapar e mesmo tentando "curar" isso.

Há violência aí. E como você viu, a sua tentativa de se livrar de sua dor não conseguiu nada até agora; sua resistência não levou à verdadeira cura. Essa guerra só cria mais e mais separação entre você e seu corpo, separação da presença que você é, te separa da paz, separa dos seus entes queridos, da gratidão, da inteligência do momento - que é a fonte da verdadeira cura. E também esgota você, esgota seus estoques de energia.

Pense em toda a energia que tem desviado para essa guerra entre você e a dor - energia que poderia ser usada para alimentar-se, e curar-se. Quando você cai na dimensão de recepção, você está podendo ver agora a dor como uma aliada, um guia, um professor, não é uma ameaça à sua vida, a dor, a doença se tornam um caminho.

O SIM é a sua recuperação de energia, e não a sua passividade. Você está liberando algo desnecessário, e não se tornando uma vítima ou tolerando algo indesejado.

Você sai do seu pensamento-história "a dor deveria ter ido embora" ( você não pode saber isso ) ou "a dor nunca vai embora" ( você não pode saber isso ). Tudo isso são pensamentos do passado e do futuro, pesadelos e sonhos.

Você para de comparar onde você está com o local onde você queria estar. Você para de criar a imagem de "ausência de dor", e você para de comparar este momento com essa imagem. Você soltou a história "Eu deveria ter vivido de forma diferente - Eu criei essa dor - Eu sou o culpado". Isso é rebobinar o filme da sua vida, e você não tem poder nesse sentido também. Você remove o fardo do tempo, tornando-se presente neste momento. Presença é a sua verdadeira fonte de poder - e, finalmente, de cura.

Você pára de focar em todas as coisas que você não pode fazer agora, todas as coisas que não são possíveis a você fazer agora. Esse foco na falta e na ausência e "no que não está aqui 'só vai fazer você se sentir mais deprimida e impotente e desligada. Você volta seu foco para o que você pode fazer, para o que você é, o que está presente, o que não foi perdido, o que ainda é possível, para os dias de hoje, para todas as coisas que a dor não pode tocar. Todas as coisas que fazem sua vida valer a pena. Todas as coisas que, mesmo com a dor, continuam presentes nas sua vida. Talvez a coisa toda seja um apelo à simplicidade radical.

Você se torna curiosa sobre onde você está agora - esta cena é o presente no filme de sua vida. Você se torna fascinada com esse momento, com o que é vivo, e onde você está. Esta respiração. Essas sensações. O sentimento da terra sob seus pés. O som de um pássaro cantando. Uma cena que você observa da janela. E a dor está aqui também.

Você percebe em você o desejo de que a dor vá embora - você não fazer disso um inimigo. Você percebe um desejo profundo de estar livre da dor, para escapar para algum outro tempo ou lugar. Você percebe uma frustração, uma decepção que a dor ainda esteja aqui, que ainda não evaporou. Você não luta com esses pensamentos ou sentimentos; observe-os, continue curiosa, conectada com o momento que você começa a permitir que esses sentimentos dentro de si mesmo também aconteçam, sem se misturar com eles.

Assim, você sai de sua mente e entra em sintonia com seu corpo. Você sente a respiração, o movimento dela, o ritmo, seu imediatismo, a sua presença. Você sente como a respiração sobe e desce como uma onda em um vasto oceano. Você sente a barriga se expandir e contrair. Você sabe que você está aqui, neste momento. Fundamentada, presente e viva. Um exploradora corajosa. Disposta a investigar, e sem se apressar a nenhuma conclusão.

Você sai da história de sua dor, a narrativa da dor de ontem e de amanhã, a memória da dor do passado e da antecipação de futuras dores. Isso é tudo tão avassalador, quanta história. Pare de pensar SOBRE a sua dor agora, e realmente se comprometa a atender a sua dor no momento presente.
Volte às sensações físicas do corpo. Por um momento, abandone a palavra "dor" ( uma palavra muito pesada, sólida do passado ) e diretamente explore e sinta as sensações físicas, que constituem a sua experiência presente de dor. Será que o corpo se sente apertado, frouxo, frio? Pode ser pesado, faminto, febril, quente?

Agora, um passo adiante, deixe cair ainda estas palavras, e volte para as sensações reais, sem rotulá-las, com um espírito de curiosidade e abertura. Apenas sinta, e observe, sem rotular, sem nenhuma explicação.
 Pura observação daquilo que sente o corpo.
Lembre-se, você não está tentando se livrar das sensações, detê-las, fazê-as ir embora, ou mesmo curá-las. Está ficando muito perto, trazendo sua atenção e escuta suaves e o calor da sua presença para cada parte do seu corpo que está implorando por sua atenção.

Mantenha sua exploração. Você pode encontrar um "centro" para a sua dor? A sua dor tem um limite? Será que ela pulsa ou vibra? Experimente com a tentar mover a sua atenção para o núcleo de sua dor. Se as sensações começam a mover-se, siga-as no corpo.

Se ficarems mais intenas, tudo bem - permaneça presente, atenta e curiosa. Se elas começam a dissipar-se, expandir-se, suavizar-se, maravilhoso - fique por perto, atenta. Não espere nenhum resultado particular, mas permita que o que acontecer seja visto por você. Qualquer expectativa, quando segura por muito tempo, pode levar à decepção em face da realidade. Observe, simplesmente. Tudo o que aparecer, acolha, e deixe passar.

Se desejar, você pode experimentar uma brincadeira com a sua respiração.
Como você respira, sinta ou imagine o ar da sua respiração fluindo para a área desconfortável, infundindo-lhe vida e oxigênio. Você está dignificando aquele lugar em você. Você está lembrando que ele tem o direito de estar aqui também; o direito de ser incluído na respiração e no corpo e não excluídos. É muito amoroso se respirar conscientemente na dor, isso faz com que se evapore a divisão ilusória entre você ( consciência ), a respiração e o corpo.

Em vez de contrair em torno da dor, contraindo-se em torno dela, você está respirando dentro dela, inundando-a com amor, a respiração é vida. Você está honrando a presença da dor agora, ao invés de esperar por sua ausência no tempo. Você está lhe dando um OK! profundo no coração da experiência. Você não está tentando fazer a dor ir embora, mas explorando a natureza da sua aparência.

Você pode começar a notar que, como tudo na vida, a dor não é sólida, mas uma massa amorfa de sensações, mudando de momento a momento. Às vezes você vai realmente olhar e achar que a dor não está lá. Às vezes, com atenção e gentileza, uma dor intensa vai amolecer, dissipar, relaxar, se tornar menos nítida, mais difusa. Às vezes, a dor pode ficar bastante intensa. Às vezes você vai ser tão absorta em outra coisa - uma peça de música, uma conversa, uma caminhada na natureza, uma meditação, um belo sonho - que você vai esquecer sua dor está mesmo lá. ( A dor está lá quando você não está ciente dela? ). Você pode aprender a valorizar esses momentos.

Sua experiência real de dor está constantemente mudando, evoluindo, mudando, nunca é a mesma duas vezes.

A história "Eu estou com dor" ou "A dor é constante", muitas vezes nem sequer começar a descrever a realidade viva, momento-a-momento de dor. Lembre-se, a partir da perspectiva do momento presente, não existe tal coisa como "sempre", "nunca", nem mesmo 'constante'. Não há ontem, nem amanhã. Há somente agora. Agora é tudo o que você está lidando.

Você pode ver a sua dor como um inimigo, essencialmente, "ruim" ou "errado" ou um "erro", ou você pode vê-la como um aliada na sua exploração corajosa da vida. Muitos têm de acordar do sonho de não sofrer, apesar da dor, mas por causa da dor.

A dor lhes ensina a abrandar e prestar atenção às partes de si mesmos; elas podem nunca receber atenção de outra forma. Ela ensinou-os a sair das histórias do passado e do futuro, e inclinar-se para o momento presente. Ela ensinou-os a respirar, explorar, e a ser grata pelas pequenas coisas. Para se tornar suaves, mas poderosos. Para se concentrar no que é realmente importante na vida. Para valorizar o dia, para ver a preciosidade em cada encontro; seja um momento de alegria, momento de tristeza, sempre é um momento de se fazer amizade com tudo - até mesmo as suas decepções, até mesmo os seus medos, até mesmo os seus momentos de desespero. Ensinou a sair dos sonhos de 'o que poderia ter sido', e acordar para a realidade 'daquilo que que é '.

Para muitos, a dor lhes ensinou a humildade; ela abriu o seu ego, e partiu em mil pedaços todos os seus sonhos ultrapassados de espiritualidade, e os trouxe a um lugar de entrega e amor, aqui e agora. Ela obrigou-o a passar pelo seu verdadeiro caminho. Ironicamente, ela ensinou-lhes o verdadeiro sentido da cura.

Se você parar de se comparar, meu amigo, minha amiga, você pode encontrar presentes e ensinamentos ocultos em sua experiência única de dor. E a sua intenção pode mudar - de se livrar da dor, para ouvi-la, estar aberto à sua presença, querendo saber o que está ela lhe pedindo. Você pode mover-se da violência e do desespero, para a gentileza, a aceitação, a calma e a paciência. Você pode começar uma conversa amigável com a sua dor.

A dor pode destruir você, ou ela pode concentrar você, te tornar mais atento, mais focado. Ela pode levá-lo mais profundo no sono e na depressão, ou pode acordá-lo. Ela pode transformá-lo em uma vítima, ou ela pode ajudá-lo mais do que nunca, a se sentir mais poderoso, mais alinhado, mais conectado com a sua verdadeira vida.

Não estou dizendo que você deve tentar 'gostar' da sua dor. Isso não é realista. Eu não estou dizendo que você deva se tornar um masoquista ou um guerreiro destemido. Isso é desnecessário. Não estou mesmo dizendo que você deva desistir de procurar um médico, um curador, um terapeuta, um amigo que possa ajudá-lo a dar-lhe uma outra perspectiva sobre a fonte de sua dor.

Eu estou pedindo que você - enquanto isso, por hoje, pelo menos - ouça a sua dor, e encontre a inteligência nela. Para sair dos pesadelos e histórias baseadas no medo que cercam a sua dor; estou pedindo para parar de pensar muito em sua dor, e tentar um pouco de gentileza, e exploração. Lembre-se de que a aceitação não pode fazer a sua dor piorar. Ela só pode levá-lo mais profundamente ao grande mistério da cura.

E um dia, que pode não ser tão longe assim, você pode olhar para trás e agradecer a sua dor por mantê-lo ligado à terra, curioso, atento e aberto.
Você pode perceber que a sua dor não foi na verdade 'pedras no seu caminho' - e sim que, a dor realmente era 'parte do seu caminho', e foi de todos, o seu maior mestre."
 

Jeff Foster em Satsang
Fonte:http://ventosdepaz.blogspot.com.br/2014/11/compreendendo-dor-jeff-foster.html?spref=tw

11 de abril de 2014

Perder-se para encontrar-se: o monge, o gato e a lua por Leonardo Boff


"O homem moderno perdeu o sentido da contemplação, de maravilhar-se diante das águas cristalinas do riacho, de encher-se de espanto face a um céu estrelado e de extasiar-se diante dos olhos brilhantes de uma criança que o olha interrogativa. Não sabe o que é o frescor de uma tarde de outono e é incapaz de ficar sozinho, sem celular, internet, televisão e aparelho de som. Ele tem medo de ouvir a voz que lhe vem de dentro, aquela que nunca mente, que nos aconselha, nos aplaude, nos julga e sempre nos acompanha.
 
 Essa pequena estória de meu irmão Waldemar Boff, que tenta pessoalmente viver no modo dos monges do deserto, nos traz de volta a nossa dimensão perdida. O que é profundamente verdadeiro só se deixa dizer bem, como atestam os sabios antigos, por pequenas estórias e raramente por conceitos. Às vezes quando imaginamos que nos perdemos, é então que nos encontramos. É o que esta estória nos quer comunicar: um desafio para todos.

“Era uma vez um eremita que vivia muito além das montanhas de Iguazaim, bem ao sul do deserto de Acaman. Fazia bem 30 anos que para lá se recolhera. Algumas cabras lhe davam o leite diário e um palmo de terra daquele vale fértil lhe dava o pão. Junto à cabana esgueiravam-se algumas ramas de videira. Durante o ano todo, sob as folhas de palmeira de cobertura, abelhas vinham fazer suas colméias.

“Há 30 bons anos que por aqui vivo! …”, suspirou o monge Porfiro. “Há 30 bons anos! …”. E, sentado sobre uma pedra, o olhar perdido nas águas do regato que saltitavam entre os seixos, deteve-se neste pensamento por longas horas. “Há 30 bons anos e não me encontrei. Perdi-me para tudo e para todos, na esperança de me encontrar. Mas perdi-me irremediavelmente !”

Na manhã seguinte, antes de o sol nascer, de parco farnel aos ombros e semi-rotas sandálias aos pés, pôs-se a caminho das montanhas de Igazaim, após a reza pelos peregrinos. Ele sempre subia as montanhas, quando, sob forças estranhas, seu mundo interior ameaçava desabar. Ia visitar Abba Tebaíno, eremita mais provecto e mais sábio, pai de uma geração toda de homens do deserto. Vivia ele sob um grande penhasco, de onde se podia ver lá embaixo os trigais da aldeia de Icanaum.

“Abba, perdi-me para encontrar-me. Perdi-me, porém, irremediavelmente. Não sei quem sou, nem para que ou para quem sou. Perdi o melhor de mim mesmo, o meu próprio eu. Busquei a paz e a contemplação, mas luto com uma falange de fantasmas. Fiz tudo para merecer a paz. Olha meu corpo, retorcido com uma raiz, retalhado de tantos jejuns, cilícios e vigílias! … E aqui estou, roto e combalido, vencido pelo cansaço da procura.”

E dentro da noite, sob uma lua enorme, iluminando o perfil das montanhas, Abba Tebaíno, sentado à porta da gruta, ficou a escutar com ternura infinita as confidências do irmão Porfiro.

Depois, num destes intervalos onde as palavras somem e só fica a presença, um gatinho que já vivia há muitos anos com o Abba, veio se arrastando de mansinho até a seus pés descalços. Miou, lambeu-lhe a ponta reta do burel, acomodou-se e pôs-se, com grandes olhos de criança, a contemplar a lua que, como alma de justo, subia silenciosa aos céus.

E, depois de muito tempo, começou o Abba Tebaíno a falar com grande doçura:

“Porfiro, meu filho querido, deves ser como o gato; ele nada busca para si mesmo, mas espera tudo de mim. Toda a manhã aguarda ao meu lado um pedaço de côdea e um pouco de leite desta tigela secular. Depois, vem e passa o dia juntinho a mim, lambendo-me os pés machucados. Nada quer, nada busca, tudo espera. É disponibilidade. É entrega. Vive por viver, pura e simplesmente. Vive para o outro. É dom, é graça, é gratuidade. Aqui, junto a mim deitado, contempla inocente e ingênuo, arcaico como o ser, o milagre da lua que sobe, enorme e abençoada. Não se busca a si próprio, nem mesmo na vaidade íntima da auto-purificação ou na complacência da auto-realização. Ele se perdeu irremediavelmente, para mim e para a lua…É a condição de ele ser o que é e de encontrar-se.

E um silêncio profundo desceu sobre a boca do penhasco.

Na manhã seguinte, antes de o sol nascer, os dois eremitas cantaram os salmos das Matinas. Seus louvores ecoaram pelas montanhas e fizeram estremecer as fímbrias do universo. Depois, deram-se o ósculo da partida. O irmão Porfiro, de parco farnel à costas e semi-rotas sandálias aos pés, retornou ao seu vale, ao sul do deserto de Acaman. Entendeu que para encontrar-se devia perder-se na mais pura e singela gratuidade.

Contam os moradores da aldeia próxima que, muitos anos depois, numa profunda e quieta noite de lua cheia, eles viram no céu um grande clarão. Era o monge Porfiro que subia, junto com a lua, à imensidão infinita daquele céu delirantemente faiscado de estrelas. Agora não precisava mais perder-se porque se havia definitivamente encontrado”.

Waldemar Boff (um dos meus 10 irmãos) estudou nos USA, é educador popular e camponês.
"

Autor: Leonardo Boff
Fonte:www.humaniversidade.com.br
Escola de iluminação, liberdade e uma vida plena
Compartilhado do Facebook da Humaniversidade

29 de maio de 2013

Parecia tudo sob controle na minha vida,mas perdi o rumo...


"Pode ser coincidência, mas tenho percebido nos últimos tempos, um aumento no número de casos em que uma pessoa que seguia seu caminho com aparente controle, de repente perde o rumo.

Seja por uma doença física ou psíquica que parece surgir do nada, seja por um cansaço que parece insuperável ou por uma vontade de fugir do mundo; de um momento para outro a vida balança e sai do eixo, como acontece com o pião quando começa a cair. 

Surgem então sintomas que assustam não só a quem vê a própria vida ser virada de pernas para o ar, bem como a todos que convivem com a pessoa afetada por esse tsunami que brota de suas próprias profundezas. Sintomas físicos como dores de cabeça, dores nas costas, perda de equilíbrio, tonturas, palpitações. Sintomas psíquicos como uma tristeza avassaladora, ou a sensação de que estamos tão exaustos que não conseguiremos dar mais um passo sequer. 

Irritabilidade, melancolia, pensamentos obsessivos e repetitivos que nos fazem querer "apagar" a cabeça para que, por um instante, possamos parar de pensar.
E segue-se a interminável busca por ajuda. Médicos, hospitais, psicólogos, psiquiatras. Exploramos todo o arsenal oferecido de ajudas e terapias, e ainda assim "a coisa" continua lá, como se uma rede tivesse sido jogada sobre a pessoa, aprisionando toda a sua alegria de viver, amortecendo seus sentidos, roubando sua energia e sua vida. Diagnósticos se seguem, e eu poderia citar uma infinidade deles. Síndrome do pânico (como é popularmente conhecido esse transtorno de ansiedade), depressão, transtorno bipolar, e assim por diante. Nomear pode ser importante, uma vez que um tratamento específico precisa ser oferecido. Mas não é essa abordagem que eu desejo dar a este artigo.

Nada de aulas ou dissertações sobre psicopatologias e seus tratamentos. O que eu gostaria de questionar é:

- Por que isso vem acontecendo? O que está errado conosco? Por que estamos adoecendo?

Vivemos em um meio enlouquecedor? Talvez... Mas então estamos fadados a, agora ou daqui a pouco, adoecer? Então perderemos nossa alegria numa avalanche da qual não poderemos escapar? Recuso-me a acreditar que seja assim, a viver como se não tivesse escolha. Eu acredito que temos escolha. 

Eu e você! 

Não importa o quão doente esteja tudo ao nosso redor, temos escolha! 

Outro dia eu estava lendo sobre pessoas que estiveram em um campo de concentração. Não posso imaginar meio mais agressivo do que esse. Muitos sucumbiam, perdiam-se de si mesmos. Mas outros, a despeito da aspereza mortal desse ambiente, sobreviviam dignamente. A dignidade de que falo vinha de dentro, uma vez que nada fora delas parecia fazer sentido algum.

Aquilo que pode nos ajudar a manter a sanidade está, agora mesmo, adormecido em nosso íntimo. Bem guardado no lugar mais sagrado que carregamos em nosso peito, existe uma força tão poderosa que não pode ser dissolvida ou corrompida, nem mesmo pelos desafios desse mundo insano, monstro devorador de almas. Claro que estou aqui falando de uma dimensão que está além dessa que conhecemos no dia a dia. Estou falando de uma dimensão espiritual, tantas vezes esquecida ou renegada pela ciência, sem a qual estamos fadados a ser engolidos por essa máquina destruidora de gente. Salvam-se aqueles que se descobrem detentores de asas, que conseguem elevar-se acima das questões mundanas e se conectar com um sentido maior que permeia tudo o que existe. Isso foi muito bem explicado por Viktor Frankl, psicólogo e psiquiatra austríaco, ele mesmo prisioneiro de um campo de concentração e criador da *logoterapia:

Quem tem um 'porquê' enfrenta qualquer 'como'. 
Viktor Frankl

Assim, não importa o que esteja acontecendo em sua vida, não importa o tamanho de seus desafios. Busque um sentido maior. Eleve seu olhar, eleve seu coração. Procure se conectar com essa força que sustenta as estrelas nesse céu improvável. Procure conectar-se com o milagre da vida que se renova a cada respiração. Lembre-se de que existe algo que a ciência não explica, mas que seu coração pode sentir. Abra-se. Sinta. Preste atenção. Essa energia está agora mesmo ao seu redor, permeando tudo o que existe.

Não importa a sua crença ou religião, busque essa profundidade, porque só lá, no azul da sua alma, você saberá que, a despeito de todo o medo e de toda a dor, sua vida merece ser vivida.

Os deixo agora com Lenini.: "A vida é tão rara... tão rara..."

* Logoterapia: É um sistema teórico e prático de psicologia, criado pelo médico vienense Viktor Emil Frankl (1905-1997). Segundo Allport, "trata-se do movimento mais importante de nossos dias". A Logoterapia - Análise Existencial é conhecida como a terceira Escola Vienense de Psicoterapia, sendo a Psicanálise Freudiana, a primeira, e a Psicologia Individual de Adler, a segunda. É uma linha existencial- humanística e busca, a partir de sua antropologia, superar o psicologismo reducionista de outras linhas. "Para a Logoterapia, a busca do sentido na vida da pessoa é a principal força motivadora no ser humano.
Fonte: http://www.logoterapiaonline.com.br/pages/main.php"

Patricia Gebrim

13 de maio de 2012

Sensação de estagnação: de onde vem?

"Quantas vezes nos pegamos diante de momentos em que estamos quase chegando ao final  de algum projeto ou objetivo, ou nos sentindo avançar em nosso processo de autoconhecimento e, de um momento para outro, simplesmente nos sentimos estagnados. Tudo estava fluindo e acontecendo de maneira tão natural e tranqüila, tudo o que desejávamos estava acontecendo, aos poucos, e não havia pressa em nosso ser, apenas a confiança.

 Mas tudo mudou, ficou sem sentido e parou de fluir, já não sentimos os mesmos impulsos internos que estavam nos movendo, já não sentimos o mesmo prazer e muito menos a mesma vontade de continuar fazendo. Por mais que tentemos insistir em prosseguir na mesma "passada", não conseguimos, pois nos sentimos amarrados e impossibilitados de nos expressarmos tão naturalmente como antes. Nossa reação, a principio, é de forçarmos a barra, de nos negarmos a aceitar os fatos e nos rendermos às evidências: algo mudou dentro de nós. 
Não há nada externo que esteja inviabilizando e impossibilitando a realização daquilo a que nos propusemos, mas há apenas uma realidade interna que nos interdita, contra a qual tentamos lutar: o nosso medo de prosseguir e enfrentarmos o que virá a seguir. 

Diante de um momento como esse, a única coisa sábia que temos a fazer é ACEITAR. O real significado desta aceitação é parar de lutar contra algo que, de fato, está acontecendo. A não aceitação não nos ajudará em nada, muito ao contrário, só nos trará mais estagnação e desequilíbrio. 
Dentro da aceitação, devemos olhar para os fatos que se apresentam, com coragem e honestidade, e poderemos encontrar uma condição saudável de relaxamento, que promoverá certa quietude interna, "afrouxando" as correntes de nossa mente controladora, e só então, conseguiremos encontrar as saídas e soluções que estão diante de nós, esperando pacientemente que relaxemos para reconhecê-las. 
Se aceitarmos aquilo que está acontecendo conosco e tivermos o firme desejo de fazermos de tudo para encontrarmos as soluções e para criarmos novas possibilidades, logo estaremos em melhor condição de equilíbrio, para que possamos acessar nossa sabedoria e nossos recursos internos. 

Neste ponto, poderemos perceber a dinâmica oculta do que está nos acontecendo e conseguiremos compreender a realidade divina dos fatos. É apenas uma questão de mudança de foco. Em um momento, tudo o que estávamos fazendo, da forma como estava acontecendo, fazia sentido e permitia que um fluxo natural acontecesse e trouxesse os resultados desejados, mas isto nos levou a um ponto de conquista.
 A partir deste ponto, para prosseguirmos, a mesma estratégia já não funciona mais, ela não é tão eficiente, pois a chegada a este ponto nos colocou em um novo momento e nos proporcionou mudanças internas, muitas negatividades foram confrontadas, enfrentamos desafios e nos tornamos diferentes, melhores e mais fortalecidos, prontos para uma nova etapa.
 Mas esta nova etapa requer novos recursos e estratégias, que nos levarão a enfrentar novos desafios. Outras questões de vida aflorarão e dificuldades se apresentarão, esta é a experiência de vida para todos, portanto, nova etapa requer também, novas condições, novos recursos internos, mudança de atitude, mas, antes disto, requer mudança de percepção, precisamos ajustar nosso foco, nossa visão interna, para que possamos ver as coisas de uma forma nova. 

Desta forma, podemos compreender que essa estagnação não é real, ela é apenas fruto das limitações de percepção de nosso Ego, para ele, se não estamos avançando a largas e velozes passadas, e diminuimos o ritmo, sua interpretação distorcida é de que estamos estagnados.
 Com um olhar atento e cuidadoso, poderemos perceber que nada parou e que internamente estamos em movimento, que nossa energia, que foi programada para fazer e realizar esse objetivo continua em seu curso, de forma natural e espontânea, indo à frente, para abrir caminho, para promover as mudanças necessárias.
 É somente o Ego que não percebe essa realidade sutil e poderosa. Foi nossa mente que parou de ficar "à milhão", com pensamentos excessivos, planejamentos mil, articulando, bolando estratégias, quando a mente não está tão agitada e no poder, a sensação é de que não há movimento, de que tudo estagnou. 
Mas é justamente neste momento, de aparente estagnação, que tudo está de verdade começando a se realizar em nossa vida. Trilhamos um longo e difícil caminho até este precioso momento, só sabíamos que queríamos mudanças em nossa vida, mas não sabíamos como era esse tal "novo momento", 
pois ele é novo para nós, portanto, não o reconhecemos de pronto, não conseguimos sentir e saber que o tal momento tão almejado chegou e, claro, se a referencia mais próxima de um momento parecido com este, onde há menos intensidade e movimentação interna e externa, isto é classificado por nós como sendo estagnação, então é nisso acreditaremos. 

Com esta compreensão, poderemos perceber que se chegamos a um momento como este, o melhor que temos a fazer, é relaxar e aceitar, e adquirirmos uma atitude firme, atenção, e com a consciência desperta de que o novo está à nossa frente e que nossa postura e atitude também deverão ser novas. Para nós, "isto não existe" em nosso catálogo de situações habituais, portanto, teremos que ter a consciência de que criaremos o novo, reinventaremos nossa vida, com os pés apoiados na base de tudo o que já vivemos até então, mas não poderemos usar nossa "vida anterior" como referência, se fizermos isso, estaremos apenas modificando o velho.

 Isto não é criar o novo. Precisaremos ter a atitude da criança, diante da novidade, da vontade de fazer e ser diferente, que confia em seus processos criativos, que acredita em possibilidades novas, mas que também tem discernimento e sabedoria para compreender que entre os processos criativos, onde teremos percepções de muitas possibilidades nunca antes sonhadas por nós e entre o momento em que tudo poderá se realizar na realidade física, existe uma distancia, um tempo de realização.
 Se tivermos pressa em realizarmos tudo aquilo que nossa mente superior e criativa nos mostrar como possibilidades, e não respeitarmos que as condições e o tempo daquilo que está sendo criado no "astral", para ser adaptado aqui, na realidade física, é diferente do nosso tempo e de nossas condições, nos perderemos novamente. 
A paciência e aceitação serão nossas aliadas. Pode parecer utópico, mas isto é fruto das limitações do Ego, que não quer que existam outras possibilidades de criação, a não ser a sua. 

Se você sentir que isto é bacana, mas inviável em sua vida, pergunte-se qual o motivo dessa resistência e esteja aberto para quando as respostas vierem a você, não as busque, mas apenas aguarde.
 Porém, se você apreciou e acredita que é possível, deseje conseguir realizar sua vida dessa maneira e pergunte-se como deverá fazer para que isso possa ocorrer. Deseje se sintonizar com essas possibilidades que existem em potencial criativo e vibracional e está à disposição de todos."

15 de julho de 2010

SENDA ESPIRITUAL !



"No redemoinho moderno em que vivemos torna-se cada vez mais difícil mantermos conexão com o mais Alto e percebermos os benefícios advindos de se trilhar um caminho espiritual.

O corre-corre diário, com suas idas e vindas, apelos, apegos e dissabores tende a nos manter o tempo todo ilhados em vãos pensamentos nascidos do labirinto mental.

Trilhar um caminho espiritual, em princípio, requer disposição para o autoconhecimento e o cultivo de pensamentos e sentimentos mais elevados, amorosos e positivos, com a intenção de colocarmos em evidência o nosso maior poder, o de co-criadores.

Construir a própria história a partir de uma decisão fundamentada em princípios que nos direcionem a uma dimensão mais ampla da realidade, pode ser estranho e desafiador para alguns. No entanto, crescer como pessoas e nos desenvolvermos como espíritos em evolução, talvez sejam os principais objetivos de nossa existência.

Motivação e discernimento são imprescindíveis àqueles que decidem por essa trilha, já que a primeira mantém a firme vontade de seguir adiante, e o segundo nos protege das fantasias espirituais, tão comuns aos desavisados.

Um caminho espiritual para nós ocidentais, não significa afastamento da realidade cotidiana. É preciso descobrir ‘como’ conciliar de modo equilibrado a experiência de estar num mundo material, no qual precisamos nos manter vivos e ativos, e ao mesmo tempo, ter o olhar voltado às coisas do espírito.

Dessa forma, sugerem os budistas, o caminho espiritual precisa ser como um espelho: devemos usá-lo para nos enxergarmos. Não pode ser como uma janela, pela qual olhamos para fora e nos perdemos em julgamentos e distrações. Se o nosso rosto estiver sujo ao olharmos no espelho, é o rosto que precisa ser limpo, caso queiramos ver uma imagem limpa nele refletida.

As percepções advindas de um silêncio meditativo, certamente serão úteis àqueles que desejam enveredar por uma senda espiritual. Aquietar o coração e submeter a mente ao silêncio criativo nos ajuda a mergulhar nas profundezas do próprio ser de onde provem as orientações necessárias ao avanço no caminho.

A palavra senda tem por sinônimo: rumo, direção, orientação, mas, também aponta para uma trilha não livre de obstáculos. Obstáculos estes que encontraremos certamente numa senda espiritual. Atualmente, parece ser a demanda externa, com todos os seus atrativos nos convidando sempre ao consumo sem critério, às distrações e aos excessos de toda natureza.

Descobrir qual é a ‘nota’ que soa em nós, em que ponto do caminho nos encontramos e o que realmente pretendemos realizar na atual existência pode ser muito proveitoso a todo aquele que busca caminhar e desenvolver-se espiritualmente.

O resultado compensará o esforço. Demais percepções e disposição para avançar virão por acréscimo.

Ines S. Mártims


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